Exposição na SIRD
A EXPOSIÇÃO DA SIRD ENCERROU COM MUITA HISTÓRIA
A exposição da SIRD que esteve aberta ao público desde 17 de setembro na Casa das Artes, encerrou no passado sábado com muita história enovelada no ar da poderosa bruma do tempo.
Nesse dia recebeu as visitas de cortesia do Centro Comunitário de Darque e de uma ampla representação do Grupo Amigos de Darque.
O dia era de celebração mundial da música e a SIRD contemplou o vasto público que ocorreu ao encerramento da exposição com peças musicais tocadas ao piano pela Ana Dias. Bem como uma sessão de poesia dita pelo autor, Mário São João, em representação do OFITA – Oficina de Teatro Amador.
Embalados pela música como quem vira o tempo saboreando o passado vendo o vídeo documental que ia passando no ecran exposto na sala, escutavam-se atentamente os depoimentos de muitos dos filhos do Centro Histórico que aceitaram participar no filme.
“Darque: na sua memória” constitui um poderoso documento que humaniza o Centro Histórico e contribui para melhor entender que “O caso de Darque é um caso de sobrevivência de um importante conjunto arquitetónico, testemunho de uma forma de vida, que é importante saber compreender”. A SIRD ao produzir este trabalho e dando-o a conhecer desempenha um importante papel na preservação do património de Darque.
O entusiasmo foi crescendo e nas diversas narrativas que os presentes se aventuravam a produzir, foi possível identificar o autor da primeira bandeira da sociedade. O autor foi o saudoso José Carmo, pertencente à vasta família Carmo, residente no Cais Novo. Também, foi recordada a enorme influência que o José Correia, poeta popular conhecido por Zé Fivelas, teve na criação da SIRD. Recordou-se que o título do jornal Darquense, última série a ser editada na responsabilidade da SIRD, é da autoria do artista plástico Salvador Vieira.
Lembrou-se que a denominação de Sociedade de Instrução e Recreio Darquense já era usada no longínquo ano 1934 – isto é, 20 anos antes de ser reconhecida pelo Estado Novo – no anúncio da celebre opereta “ Berbigão!-da Nossa Praia…” da autoria de Maurício Teixeira e música de José Ribeiro. Foram-se, então, desfiando memórias e recordações que se confundem no que seria o Sport Club Darquense, o Grupo Recreativo Darquense, no que as actas transparecem, no que seriam as duas colectividades ou uma só (?!). Evocou-se o dia 10 de julho d 1954 para dar conta, como sinónimo de participação cidadã, das diversas intervenções ocorridas na célebre assembleia geral do Sport Club Darquense quando deliberou a fusão com a SIRD e que estão testemunhadas na ata referente à reunião.
Passou-se pelo reconhecimento da influência que o Dr. Óscar Monteiro, no seu papel de médico, de filantropo, de poeta, teve no desenvolvimento de uma cultura desportiva em Darque, bem como quão importante foi na criação de uma geração crítica criada na Fontinha nos anos 30, 40 do século passado, nos campos da consciência política, no campo das artes e da literatura.
A SIRD, na sua longa história mostrada com solenidade, mas, também, com gaiteirice, em cores na bonita exposição, representa um marco importante no desenvolvimento da comunidade darquense. Saibamos todos honrar a sua história.